Velocidade, por si só, nunca foi sinônimo de eficiência na construção civil. Valderci Malagosini Machado analisa que em muitos empreendimentos a pressão por prazos curtos leva a decisões que parecem vantajosas no início, mas que revelam seus efeitos apenas com o passar dos anos. Assim, nota-se que a diferença entre construir rápido e construir certo não está apenas no tempo de obra, mas na forma como o edifício se comporta depois de entregue.
Construir rápido costuma priorizar soluções imediatas, com foco em finalizar etapas o quanto antes. Já construir certo envolve planejamento, escolha consciente de sistemas e respeito aos tempos técnicos necessários para que cada elemento cumpra sua função. Essa diferença raramente é perceptível na inauguração do empreendimento, mas se torna evidente na fase de uso, quando começam a surgir ou não problemas recorrentes.
Ritmo acelerado versus processo bem estruturado
Em obras conduzidas com pressa excessiva, etapas tendem a ser sobrepostas sem o devido amadurecimento técnico. Cura insuficiente do concreto, execução apressada de detalhes e substituição de materiais previstos em projeto são práticas comuns quando o prazo se torna prioridade absoluta. Segundo Valderci Malagosini Machado, essas decisões criam fragilidades silenciosas, que não comprometem a entrega imediata, mas afetam o desempenho estrutural e funcional ao longo do tempo.
Um processo bem estruturado, por outro lado, respeita a sequência lógica da construção. Cada etapa prepara o caminho para a próxima, reduzindo a necessidade de correções futuras. O cronograma pode até ser mais equilibrado, porém o resultado tende a ser mais consistente e previsível.
Onde o “construir rápido” cobra seu preço
Os efeitos de uma obra feita às pressas raramente surgem de forma imediata. Eles aparecem na forma de fissuras recorrentes, infiltrações localizadas, desplacamentos de revestimento e necessidade constante de manutenção corretiva. Na visão de Valderci Malagosini Machado, esses problemas não decorrem de grandes falhas estruturais, mas da soma de pequenas decisões mal resolvidas ao longo da execução.

Quando detalhes são simplificados ou etapas são encurtadas artificialmente, o edifício perde capacidade de absorver movimentações naturais e variações ambientais. O custo dessa escolha surge depois, muitas vezes transferido ao usuário final ou ao responsável pela manutenção do empreendimento.
Construir certo como investimento de longo prazo
Construir certo não significa construir lentamente, mas construir com método. Trata-se de alinhar projeto, execução e controle de qualidade de forma coerente. Decisões técnicas bem fundamentadas no início reduzem imprevistos, aumentam a durabilidade dos sistemas e preservam o desempenho ao longo dos anos.
Valderci Malagosini Machado frisa que obras bem executadas tendem a exigir menos intervenções futuras, mantendo custos operacionais mais baixos e desempenho mais estável. O investimento feito na fase de obra retorna em forma de confiabilidade, menor desgaste dos materiais e melhor experiência de uso.
A percepção do usuário ao longo do tempo
Para quem utiliza o edifício, a diferença entre construir rápido e construir certo se manifesta no cotidiano. Ambientes que permanecem estáveis, sem ruídos estruturais, infiltrações ou reparos constantes, oferecem conforto e segurança. Já edificações que exigem ajustes frequentes acabam gerando insatisfação e sensação de baixa qualidade, mesmo quando visualmente bem acabadas.
Essa percepção tardia é o que torna a escolha inicial tão relevante. Conforme ressalta Valderci Malagosini Machado, o verdadeiro julgamento de uma obra não acontece na entrega, mas anos depois, quando o edifício revela se foi pensado apenas para ficar pronto ou para funcionar bem.
Tempo como aliado da boa engenharia
Ao analisar o ciclo completo de uma edificação, fica claro que o tempo é aliado de quem constrói com critério técnico. Obras feitas corretamente tendem a envelhecer melhor, mantendo desempenho e exigindo menos correções. Já aquelas conduzidas apenas com foco na velocidade acabam pagando o preço da pressa ao longo de sua vida útil.
Entender essa diferença muda a forma de encarar prazos e decisões. Construir rápido pode atender a uma demanda imediata, mas construir certo é o que sustenta a obra no longo prazo. Como reforça Valderci Malagosini Machado, é essa escolha inicial que define se o edifício será apenas entregue ou verdadeiramente bem construído.
Autor: Vasily Egorov
