Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalta que as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) clamídia e gonorreia são responsáveis por um número significativo de casos de infertilidade no mundo. Embora ambas possam ser tratadas com relativa facilidade quando diagnosticadas cedo, o problema está no fato de que muitas vezes evoluem de forma silenciosa, causando danos irreversíveis ao sistema reprodutivo. Conhecer seus efeitos e investir na prevenção é fundamental para preservar a capacidade de concepção.
Entendendo a clamídia e a gonorreia
A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, enquanto a gonorreia é provocada pela Neisseria gonorrhoeae. Ambas são transmitidas principalmente pelo contato sexual desprotegido, incluindo relações vaginais, anais e orais. Essas bactérias podem infectar a uretra, o colo do útero, a garganta e o reto, causando desde sintomas leves até complicações graves.
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o que torna essas ISTs tão perigosas é a alta taxa de casos assintomáticos, especialmente nas mulheres, onde até 80% das infecções podem não apresentar sinais iniciais. Isso permite que as bactérias se multipliquem e ascendam pelo trato reprodutivo, causando inflamações persistentes.

Como essas infecções prejudicam a fertilidade feminina
Nas mulheres, tanto a clamídia quanto a gonorreia podem se espalhar para o útero, as trompas de falópio e os ovários, provocando a chamada doença inflamatória pélvica (DIP). Essa condição pode gerar cicatrizes, aderências e obstruções tubárias, impedindo que o óvulo encontre o espermatozoide. Mesmo quando a fertilização ocorre, as sequelas da DIP aumentam o risco de gravidez ectópica, situação potencialmente perigosa.
Tosyn Lopes explica que a DIP, uma vez instalada, pode comprometer permanentemente a função das trompas, exigindo tratamentos de alta complexidade para viabilizar a gravidez. Além disso, a inflamação crônica gerada pelas infecções pode afetar a receptividade endometrial, reduzindo as chances de implantação do embrião.
Consequências para a fertilidade masculina
Nos homens, essas infecções podem causar uretrite, prostatite e epididimite, inflamações que afetam a produção, a maturação e o transporte dos espermatozoides. A formação de cicatrizes nos ductos deferentes, por exemplo, pode levar à infertilidade obstrutiva, impedindo a saída do sêmen.
Segundo Tosyn Lopes, a clamídia e a gonorreia também podem alterar a composição do líquido seminal, prejudicando a motilidade e a viabilidade dos gametas. Em casos mais graves, a inflamação persistente pode comprometer a função erétil e causar dor durante as relações sexuais, dificultando ainda mais a concepção.
Prevenção: a melhor estratégia
O uso consistente de preservativos durante todas as formas de relação sexual é a principal forma de prevenção. Porém, como essas ISTs podem infectar áreas não cobertas pelo preservativo, a realização periódica de exames é indispensável. A triagem é especialmente importante para pessoas com múltiplos parceiros ou histórico de ISTs.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun reforça que a prevenção deve incluir a educação sexual e o diálogo aberto com parceiros e profissionais de saúde. Conhecer os sintomas, mesmo que sejam sutis, pode acelerar o diagnóstico e evitar complicações.
Diagnóstico precoce e tratamento eficaz
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como análise de secreções e testes de biologia molecular (PCR), que detectam o DNA das bactérias. Uma vez identificada a infecção, o tratamento com antibióticos específicos costuma ser rápido e eficaz. Entretanto, é essencial que todos os parceiros sejam tratados simultaneamente para evitar reinfecção.
Tosyn Lopes destaca que, quando tratadas precocemente, a clamídia e a gonorreia raramente causam infertilidade. O risco aumenta quando há atrasos no diagnóstico, permitindo que as bactérias causem danos estruturais e funcionais ao sistema reprodutivo.
Preservando a fertilidade após a infecção
Mesmo em casos com sequelas, existem opções para casais que desejam engravidar, como a fertilização in vitro (FIV) para contornar obstruções tubárias ou baixa qualidade seminal. No entanto, esses tratamentos podem ser complexos e custosos, reforçando a importância da prevenção.
O cuidado contínuo com a saúde sexual, associado a hábitos de vida saudáveis, é essencial para preservar a fertilidade. Evitar relações desprotegidas, realizar exames regulares e buscar atendimento médico diante de qualquer sintoma suspeito são medidas simples que podem garantir a possibilidade de uma gravidez saudável no futuro.
Autor: Vasily Egorov
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.